segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O término de um curso de finanças, uma palestra sobre contos de fada e o início concreto de um sonho - A vida como ela é!

Vocês conseguem imaginar o que essas três situações poderiam ter em comum? Meio esquisito, não é?! 

Vivi estas três situações nesta última semana, que parecem estar isoladas uma da outras mas que no fundo escondem um fio 'secreto' de conexão entre si.

Vamos então por ordem de acontecimentos.

Fiz um curso intenso sobre economia e finanças, sim, números, números, muitos números. Um daqueles cursos que no final do primeiro dia seu cérebro solta nuvens de fumaça e você se pergunta: onde eu fui amarrar o meu burrinho! O professor, um cara brilhante, estrategista, que durante 3 dias tirou todos da zona de conforto, nos fazendo pensar diferente e de forma numéricamente realista. 

Bom, vocês devem estar pensando, Ok .... até aqui não vi nada demais.

Até o professor começar o encerramento, eu achava que aquele excelente professor e curso só tinham me agregado mais conhecimento intelectual/técnico, o qual eu usaria com mais propriedade durante o meu dia-a-dia no trabalho. Ah, como as surpresas que a vida nos trazem são bacanas!

Ele compartilhou 3 dicas que um antigo professor lhe dera quando ele terminou o seu mestrado:

    • Utilize todo conhecimento que você adquirir (só essa "dica" já daria um post inteirinho....);
    • Faça lista de coisas que você quer atingir, fazer, mudar, etc...;
    • Devolva o que lhe foi dado - Guardem essa aqui, esse é o começo do elo (!!!).
Sai do curso, fui pra casa, fiz um outro tantão de coisas e fui para uma palestra na escola das crianças, tema: O significado dos contos tradicionais na atualidade. As crianças estudam numa escola Waldorf e Contos de Fadas são um tema importante no contexto escolar.

A conversa girava entorno dos contos tradicionais alemães que foram coletados pelos Irmãos Grimm e de como o trabalho deles foi imprescindível para manutenção da cultura popular daquele país, explicou a diferença entre os coletores de contos (Grimm, Alexander Afanasyev, Charles Emile Souvestre) e dos escritores de literatura infantil (Perrault e Andersen) entre muitas outras coisas que aprendi naquela noite. Coincidência ou não, como se tudo aquilo que a palestrante já havia falado não fosse suficientemente lindo e interessante, ela guardou o melhor para o final.

Disse o seguinte: "Não temos notícias da nossa vida interior se não pudemos vivenciar os sentimentos que tivemos durante o dia. A vivência dos sentimentos é que suporta as relações.
A voz é o melhor instrumento que temos para estreitarmos vínculos. De onde vem a minha voz quando eu falo?
Fale expressando-se! -> Isso depende da maneira como falamos para a criança e do que se fala para a criança. A voz que acalenta e que depois conta uma história faz com que a criança aprenda a dormir.
Os contos podem ser um antídoto e o fortalecimento do sistema imunológico da criança do que vem de fora.
O "de fora" só se torna vencedor quando o "de dentro" está enfraquecido."
Sim, essas últimas mensagens da palestra se unirão, no final desta história, a última parte desta que começa agora. Afinal de contas, tenho que manter a tendência dos acontecimentos já narrados, nos quais o melhor, sempre ficou para o final! Opa!! Não seria isso aqui um Conto de Fadas também?! Não são eles que sempre tem finais felizes? :)
Festa de aniversário na casa de uma pessoa querida. Ela, não estava muito legal, com uma gripe daquelas que doem o esqueleto toda vez que a pessoa tosse. Festa acabando, partimos todos para uma 'visita guiada' a sua mais recente conquista: uma sala num prédio onde ela irá, em breve, abrir o seu próprio negócio. 
Depois de muitos: UauS! Que legaiS! Parabéns! Que bacanaS! Um champagne estourou, copinhos de plástico foram devidamente enchidos e...tcharan! Veio o discurso!
Pequeno, breve, singelo mas, cheio de agradecimento pelo que lhe foi dado (apoio, encorajamento, entusiasmo com seu sonho e sua nova empreitada) - não seria isso aqui o que o meu professor, PhD em Economia, falou no final do curso: "devolva o que lhe foi dado"?
Sua voz era embargada, trêmula, cheia de sentimento, expressava o que sentia, vinha do fundo! 
O sonho, ali, começava a se tornar realidade porque o de dentro é mais forte e venceu o de fora. Olha o Conto de Fadas aqui. E esse de fora, se a gente parar para pensar pode se traduzir em tantas coisas não é mesmo? A incerteza, a dúvida, o medo, a opinião dos outros e por ai vai...
Ultimamente ando vendo poesia nas pessoas e nas coisas, venho tentando encontrar e reconhecer as conexões que regem a minha vida e que se apresentam para mim para que eu possa apreciá-las. Elas me nutrem, faz com que, a cada dia eu possa ver mais positivos que negativos e que, abastecida com essa positividade eu possa devolver, ao meu marido, as minhas filhas e as pessoas à minha volta mais Contos de Fadas do que filmes de terror.
Agora veio um trechinho da música Epitáfio (Titãs) na minha cabeça: "A cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração"!